Jesus Cristo no Antigo Testamento
Parte I - (João 1.1-3)
Introdução
O livro de João é o evangelho que expressa a
verdade da divindade de Cristo, de modo que não somente o apresenta como “o Cristo”, ou “o Filho de Deus”, mas como “o
próprio Deus”.
Toda a Bíblia, desde Gênesis até Apocalipse aponta
para Cristo. Cada livro, separadamente, tem uma característica específica de
apresentar em um panorama contínuo a presença de Jesus Cristo em toda a
história e aponta para uma data específica que podemos caracterizar como os
Evangelhos.
Porém, vamos descrever este personagem da forma
como o conhecemos. Vamos estudar quem Ele era, seus hábitos, seus ensinos, seus
relacionamentos, sua trajetória terrena e, por último, a condução de toda a
história do Antigo Testamento até o Novo Testamento, referindo-se a este Homem.
I.
Quem é
ele
De todos os personagens da história não houve quem
pudesse ser tão notório quanto o próprio Jesus, e também toda a sua vida.
Pense. Ele foi o homem que dividiu a história em duas:
a.C e d.C. Que homem na história conseguiu realizar os feitos, comprovadamente, como Jesus? Que homem na história conseguiu
chamar a atenção de cientistas, arqueólogos, historiadores e, praticamente,
todas as nações ao ouvirem a sua voz?
Quem é este homem? Verifiquemos, primeiramente, a
sua família:
a.
É o filho
de uma Judia (Lucas 1.26-31, 38)
Maria era o seu nome. Algumas características de
sua pessoa:
v. 28 – Agraciada: Qual das
mulheres da Bíblia vemos sendo chamada de agraciada? Maria recebeu esse título
do anjo enviado pelo próprio Deus. E a ela foi dado por ser a mulher escolhida
para trazer ao mundo o salvador.
Obs.: As mulheres judias esperavam o dia em que uma
delas daria a luz ao salvador, e Maria foi escolhida. O maior presente que uma
mulher poderia ganhar foi dado a Maria. Por esse motivo ela era bendita entre
todas as mulheres do mundo.
v.29 – Prudente: Todas as coisas que lhe eram ditas, Maria as guardava
no coração e meditava nelas.
Imagine uma mulher recebendo a visita de um anjo,
lhe dizendo que seria bendita entre todas as mulheres! A primeira coisa que
deve ter passado na mente de Maria foi a pergunta: “Por que eu sou bendita
entre as mulheres”?
v.38 – Corajosa: A coragem que Maria demonstrou em aceitar este plano de
Deus em sua vida foi muito grande.
Obs.: Na cultura judaica, os noivos eram
considerados como casados. O compromisso entre os dois era imenso. Se a mulher se
achasse grávida no período de aproximadamente um ano de noivado, ela era
considerada adúltera e digna de morte. Mas ela aceitou o fato, mesmo sabendo desse
risco de vida.
Um exemplo de fé e prática da fé para cristãos,
tanto mulheres quanto homens, mas deixarei este exemplo somente para as
mulheres.
b.
É o filho
adotivo de um carpinteiro (Mateus 1.18-20, 24-25)
O carpinteiro José. Vejamos algumas
características:
v.19 – Justo: Homens, imaginem-se no lugar de
José, recebendo a notícia de que a sua noiva estava grávida e, ainda por cima,
que o feto havia sido gerado pelo
Espírito Santo e que um anjo lhe trouxe essa notificação, vocês acreditariam?
Obs.: Quando um homem achava sua mulher grávida
nesse período de tempo, ele tinha a responsabilidade de levar a sua noiva perante
a sociedade para que fosse apedrejada. Mas José fez justamente o contrário. Você
faria o que ele fez? A responsabilidade sobre a gravidez de Maria cairia sobre
seus ombros, pois ele aceitou e não falou para ninguém. Todos achariam que ele
a engravidara e não a queria mais, podendo dar carta de divórcio, sem arriscar
a vida dela.
v.20 – Prudente: Ele não somente a deixou secretamente, mas procurou
juntar os fatos em sua mente. Ele não estava entendendo como Maria poderia ter
feito aquilo com ele. Com certeza, ficou com dúvidas quanto à veracidade das
palavras dela. Ele conhecia o seu caráter e sabia quem ela era.
v.24. – Obediente: Para um
homem seria difícil acreditar nas palavras de uma mulher que estava grávida
fora do casamento, quanto mais ela dizendo que tinha sido pelo Espírito Santo.
Por esse motivo, Deus enviou o anjo novamente e mostra a José a verdade sobre o
que estava acontecendo. E ele aceitou o seu papel de pai do Filho de Deus.
Obs.: Imaginem a dificuldade desta família, pois
mesmo ele a aceitando, eles ainda estavam no período de noivado, e ela estava
grávida. Se José não a entregasse, ninguém mais poderia fazê-lo, mas as pessoas
veriam o que estava acontecendo e, com certeza, falariam de ambos, que é
justamente o que aconteceu na discussão entre Jesus e os fariseus (João 8.41).
c.
É o filho
de Deus
O mais grandioso de tudo é que Cristo é o filho de
Deus e, sendo o Filho de Deus, ele é o próprio Deus.
João 3.16 – O mais importante e inegável versículo em que
resume toda a história e planos de Deus que estão nos 66 livros da Bíblia;
João 3.35-36 – Jesus é reconhecido
novamente como Filho de Deus;
Gálatas 4.4 – Jesus, O Filho de Deus, veio no tempo
exato, ou na Plenitude do tempo;
Hebreus 4.14-16 – A maravilhosa graça que nos foi
dada gratuitamente pelo Filho de Deus, nos concede a salvação do bem mais
precioso que possuímos, nossa alma, da condenação eterna.
II.
Como ele
viveu
Jesus Cristo:
O Rei messias, como apresenta Mateus – indicando a chegada do Reino de Deus
perante a humanidade;
O servo, como apresenta Marcos – representando a humildade e a servidão que
Jesus devotava a Deus em todo e qualquer momento, e que não parava para
descansar, pois sabia da importante missão que possuía;
O Filho do Homem, como apresenta Lucas – no intuito de escrever a gregos, ele
mostra Cristo com a perfeição com a qual o messias vivia;
O Filho de Deus, como apresenta João – com o fim de apresentar a
reponsabilidade e o amor que Deus teve para conosco de nos dar a salvação,
mesmo sendo todos merecedores da condenação eterna no inferno.
Ele veio a este mundo para nos salvar, e para nos dar o exemplo de como
vivermos, mostrando as características essenciais, na prática, de como agradarmos
a Deus e vivermos uma vida pela qual fomos chamados a viver.
III.
Porque
ele viveu (João 1.14)
a.
Jesus
encarnou como homem
Como pôde o próprio Deus se despojar de toda a sua
glória, descer do seu trono e se igualar ao homem? Imagine se fosse você,
largaria tudo para vir ao mundo por causa de alguém? Você se acha justo o suficiente
para que o próprio Deus o amasse tanto ao ponto de vir, viver e morrer por
você?
b.
Jesus
veio por três razões:
1. Viver uma
vida exemplar – Jesus cumpriu toda a lei, algo que seria
impossível ao homem. Para o homem basta pecar uma vez para ser pecador. Mas
Jesus suportou todas as tentações, todas as dificuldades, todos os tormentos, e
todas as investidas do mal, mas não pecou em nada.
2. Viver
para mostrar a glória de Deus – claramente Ele mostrou a Sua glória em todos os
seus feitos: milagres, vivência, caminhada, relacionamentos.
Como temos mostrado a glória de Deus:
como um microscópio, ou como um telescópio?
Obs.: microscópio aumenta aquilo que é minúsculo;
telescópio mostra a magnitude daquilo que é imenso de forma que possamos ver e
contemplar.
3. Morrer
para nossa salvação – em qualquer religião ou seita, as suas divindades
olham para os homens e zombam deles. Há uma enorme separação e nenhuma procura
de reconciliação e relacionamento. Mas em Deus podemos encontrar um pai, um
amigo, alguém que nos ama, mesmo sendo pecadores, e nos providenciou um modo de
chegarmos a Ele que foi através da morte de Seu próprio filho.
IV.
O que
ganhamos com a sua morte
Absolutamente nada
Ao morrer Jesus experimentou o
inferno por algumas horas, pois Deus virou as costas para ele. Jesus, por
algumas horas, experimentou ficar longe da presença total de Deus, pois todos
os nossos pecados estavam sobre ele. Mas mesmo assim nós não ganhamos nada com
isso.
O alicerce da nossa fé não está baseado na morte de
Jesus Cristo, mas na sua ressurreição, onde venceu a morte, pois se ele tivesse
continuado morto a nossa pregação seria vã. Mas no momento em que ele morreu e
ressuscitou, a nossa fé se torna perfeita.
A obra de Deus na salvação do homem se consumou na
cruz e nos deu esperança no túmulo vazio. Muitos consideram a cruz como símbolo
dos cristãos, mas o símbolo cristão deve ser o túmulo vazio (I Coríntios
15.12-14, 17-19).
Aplicação
Devemos viver de modo digno como Cristo, para que façamos jus ao sacrifício
feito na cruz e a esperança que nos foi dada pela ressurreição do Senhor.
Verificação
Todos os dias, seja trocando a roupa, ou escovando os dentes, ou lavando as
mãos para as refeições, ou se maquiando, ou qualquer coisa que você estiver
fazendo, que tiver a oportunidade de se olhar num espelho, pense: “Cristo
morreu por mim; o que eu estou fazendo por Ele?”.